O ouro, longe de ser um bem de valor nestas sociedades indígenas que comerciavam mediante o troco de sementes, era um metal sagrado. Com ele se enfeitavam os homens, as mulheres, os templos, as tumbas, etc. O ouro era junto com a água, o milho, a mandioca, o presente das divindades celestiais à humanidade.
Todos os anos, o cacique peregrinava a lagoa, acompanhado por uma multidão de pessoas que chegavam dos quatros cantos do mundo.
O cacique descia até a lagoa, se despia, cobria seu corpo com azeites e se enrolava em uma manta cheia de ouro em pó, até ficar coberto pelo metal. Depois se coroava, colocava brincos, braceletes, colares, anéis, dedais..., tudo de ouro. Como se fosse um filho do sol que caminhava pela Terra. Pegava um bastão, também recoberto de ouro, e vestido desta maneira subia em uma balsa, ampla, com um trono no centro. Como um deus vindo a terra era conduzido por quatro serviçais, também utilizando coroas, anéis ao centro da lagoa. Nenhum rei ou imperador europeu no ápice de sua glória, jamais desfrutaria de tanto luxo, a admiração e o fervor que o cacique despertava enquanto mergulhava lentamente no centro da lagoa. Quando o cacique regressava à margem, terminava o ritual.
No século XVI, quando os conquistadores chegaram aos territórios da atual Colômbia, entraram em contato com as tribos que comercializavam com a do cacique de Guatavita. Aos seus ouvidos dessas tribos chegou a notícia do fabuloso ritual.
A mente destes homens, alimentada por historias de cavalaria, pela fome, pelo cansaço de léguas sem descanso e por relatos quase fantásticos do México e Peru, transformou pouco a pouco a história... De um homem coberto de ouro, passou a falar de um homem de ouro e, mais tarde de uma cidade de ouro.
Traduzida por mim do original em espanhol. Para lê-lo, clique aqui
Natassia
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