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8 de agosto de 2012

Felicidade nas redes sociais

Apresente concepções históricas sobre o que é ser feliz e discuta se as aparências que tentamos mostrar, principalmente na internet, são reais




Objetivos
  • Discutir o que é felicidade
  • Entender que existe uma concepção social sobre o que é ser feliz e refletir sobre ela

Conteúdo
  • Ética
  • Concepções de felicidade ao longo da História
  • Problemas relativos à felicidade em nossa sociedade

Tempo estimado
Uma aula

Introdução
Mesmo que não seja possível dizer com clareza o que é a felicidade, todas as tentativas de defini-la remetem a algo maior do que nós, que devemos buscar enquanto vivemos. Este conceito é muito compartilhado e, por isso mesmo, familiar. Logo, o que os alunos entendem por felicidade deve ser muito parecido com esta descrição e está relacionado a uma plenitude, a priori, desejável por todos. Discutir esta concepção com a turma é uma oportunidade para introduzir os estudos sobre Ética e refletir sobre o que nossa sociedade entende como ser feliz.

Desenvolvimento
Aula 1
Escreva na lousa a palavra "felicidade" e peça aos alunos que redijam um breve parágrafo sobre seu significado. Peça que socializem as respostas e, com base nelas, mostre como há diversas - e até contraditórias - concepções de felicidade, mas que alguns aspectos permanecem, como acreditar que se trata de algo que torna a vida das pessoas melhor e que todo mundo quer ser feliz.
Mostre aos alunos que discutir e pensar sobre o que é felicidade não é algo exclusivo dos dias de hoje, o que não significa que as respostas dadas em outros períodos da História não fossem semelhantes às definições atuais. Destaque que a felicidade sempre foi um tema muito importante nos debates sobre a Ética.

Exponha para os alunos como a noção de felicidade já mudou. Na Grécia Antiga, Aristóteles considerava que este era o bem mais elevado a ser conquistado por um ser humano. Este sentimento supremo é alcançado quando o homem desenvolve ao máximo suas capacidades (o que Aristóteles chama de excelência). Como o homem necessita da política para realizar todas as suas potencialidades, é preciso uma relação com outras pessoas para que a felicidade possa ser atingida.
Na Idade Média, a religiosidade cristã transformou a felicidade em algo transcendente, alcançado fora deste mundo graças às boas ações praticadas aqui. Na vida terrena, a falta e o sofrimento seriam naturais e, dependendo da maneira como o sujeito vivia, alcançaria a plena felicidade só após a morte.



Já na Modernidade, o surgimento da noção de indivíduo fez com que fosse abandonada a ideia de que a felicidade não faz parte deste mundo. Pelo contrário, para os iluministas ser feliz nesta vida é possível, mas depende de ações individuais. Hoje quando alguém quer consolar um amigo e diz que "cada um deve escolher o que é melhor para si" ou "se te faz feliz, é o que importa" está usando, mesmo sem saber, esta concepção de felicidade.

Somos herdeiros do Iluminismo e o individualismo que o movimento propagou nos levou a um mito sobre a felicidade. De certa forma, vivemos uma época em que ser feliz é quase uma obrigação. Na nossa sociedade, atribulada por muito consumo e informação, há um desconforto porque ninguém se sente completamente realizado.

Isso gera um incômodo que, junto com a vontade de cumprir o paradigma da felicidade, trazem uma necessidade de parecer feliz. Não é à toa que não faltam demonstrações exageradas de alegria cotidiana, exageradamente exposta nas redes sociais, onde todas as festas são animadas, todos os casais felizes e todas as viagens incríveis. Neste caso, a ausência de um contato mais íntimo com a pessoa real favorece a propagação de uma autoimagem feliz.

Neste ponto, pergunte aos alunos se observam isso nas redes sociais que utilizam. Pergunte se, em geral, nas fotos divulgadas neste canais as pessoas estão sorrindo. Questione se recebem mensagens positivas como "Nunca desista dos seus sonhos"ou "seja feliz do seu jeito". Pergunte também se todas imagens que já divulgaram nos seus perfis, mostrando festas que tenham ido ou outras situações, foram de fato tão alegres e emocionantes como parecem. Questione também se eles usam filtros para fotos como o Instagram, aplicativo que dá um tratamento especial e deixa as imagens mais bonitas. Se sim, questione por que e o qual o objetivo quando divulgam essas imagens.

A censura para aquele que não está feliz é ainda muito maior em redes sociais que no cotidiano real, onde isso de fato acontece a todo tempo: a felicidade é algo que você deve possuir como tantas outras coisas: um imóvel, um veículo ou muitas viagens. A felicidade é um bem equiparado aos materiais e por isso sua aquisição dá status.

Depois desta exposição, peça que os alunos produzam um texto com o tema "Felicidade e redes sociais". O objetivo da atividade e estimulá-los a rever criticamente suas opiniões a partir da discussão. Separe um tempo na próxima aula para que
socializem o que escreveram e discutam a respeito.

Avaliação

Ao analisar a redação, considere o que os alunos aprenderam sobre as diferentes noções de "felicidade"  ao longo da história. Avalie também como a turma entende a relação de nossa sociedade com a felicidade e o quanto isso influencia suas ações nos grupos sociais  que participam.

Fonte: Nova Escola

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