Nos textos que recebo é comum encontrar a expressão “valer à pena”, grafada assim, com acento grave, como se ocorresse uma crase diante de “pena”. Não ocorre.
A expressão é “valer a pena”. Nela, “pena” significa “castigo, condenação, sofrimento”. Dizer que valeu a pena significa dizer que o sacrifício, o sofrimento valeu, foi positivo porque trouxe o resultado esperado. Um atleta, por exemplo, que deseja ser campeão, impõe-se a pena de realizar treinamentos extenuantes, sacrificiais. Mas, quando recebe o prêmio pela vitória, afirma que valeu a pena, ou seja, a pena que se impôs, o sacrifício que fez, valeu, foi positivo porque lhe trouxe a vitória.
O “a” de “a pena” é apenas artigo. Quando alguém escreve “valer à pena” está introduzindo uma preposição antes do artigo (valer a + a pena), o que equivaleria a afirmar “ao castigo vale, ao sofrimento vale”, em vez de “o castigo vale, o sofrimento vale”.
Vale à pena? Não! Vale a pena.
(ADALBERTO ALVES DE SOUSA) no blog Prazer da Palavra
21 de abril de 2013
Vale à pena?
Assuntos:
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20 de abril de 2013
Verdades sobre o ensino e aprendizagem de Línguas Estrangeiras
- NÃO CONFIE em escolas ou métodos que GARANTEM que você vai aprender em um tempo X.
- NÃO CONFIE em escolas ou métodos que prometem ensinar X frases por hora (A menos que você seja um papagaio e se contente em repetir frases sem contexto.
- Contexto é tudo.
- Aprenda com uma mídia que te deixe confortável e que você considere útil. Música, jogos, seriados, falar com nativos na internet, apps de smartphone... Seu aprendizado É VOCÊ QUEM FAZ.
- Não importa se você tem o professor top-de-linha com doutorado em Oxford. Se você não correr atrás e estudar e se embrenhar no idioma por conta própria, você não aprende.
- E, ah! Não tem como uma escola garantir que você aprenderá um idioma novo com apenas 2h/aula por semana (ENQUANTO VOCÊ NÃO FAZ NADA PARA AMPLIAR SEU VOCABULÁRIO E SUA EXPRESSÃO NO RESTO DO TEMPO).
- NENHUM método é perfeito para TODOS. (Já ouviu falar de inteligências múltiplas?) É o mesmo que tentar fazer caber perfeitamente frutas de diferentes formas em uma caixa quadrada.
- Malabarices tecnológicas de um método só funcionam se você tiver vontade de aprender. De outro modo, ainda não inventaram download de conteúdo direto para o cérebro.
- Não escolha um método só pelo nome. Faça aulas demonstrativas e escolha qual metodologia se adequa melhor ao seu perfil.
- Ainda não inventaram nenhum método ou nenhuma escola ainda tem o poder de te fazer aprender por osmose. Carregar o material por aí não vai te fazer aprender.
- Admitir que você não gosta do idioma, mas precisa aprender por causa de negócios/estudo é o primeiro passo para aceitação e subsequente resolução dos problemas que você tem com o idioma.
- Seu material não é sua única fonte de conhecimento. O mundo está aí, for free (ou quase), na internet.
- Livros podem conter erros, podem ser tendenciosos, podem conter ideologias. Se não concordar com alguma coisa, procure outra fonte, é seu direito.
- Se você não tem paciência para aulas regulares com um método, você provavelmente tem potencial para o autodidatismo e aprenderá muito mais por conta própria.
- É muito mais fácil aprender quando você sabe que determinado assunto vai ter uma aplicação prática para você um dia.
- Gírias são permitidas e altamente recomendáveis. Ou você fala o português gramaticalmente corretíssimo o tempo todo?
- Aspectos culturais do país do idioma que você está estudando podem contribuir e muito para entender como a língua funciona.
- Se alguém já passou por diversas escolas e diversos métodos , não aprendeu e foi parar na sua mão, então é bastante provável que o problema seja com ele.
- Você pode não saber tocar piano. Mas se você se ESFORÇAR, você consegue. O mesmo com outro idioma ou qualquer coisa na vida. Esforço > Aptidão.
- O professor pode ter preparado a melhor aula do planeta. Mas se você não estiver no clima, com paciência, teve um dia ruim e não aprendeu, a culpa não é do seu/sua teacher.
- Classes com alunos entrosados e conversadores entre si aprendem muito mais. Não seja um chato que não gosta de se misturar, faça um esforço para se enturmar. Você vai economizar tempo assim.
- E por último, mas não menos importante:
Autoria: Anna Diniz -
Graduada em Letras, Pós-Graduada em Linguística, Professora de inglês há 10
anos.
19 de abril de 2013
As 10 melhores técnicas de estudo, segundo a ciência
Um estudo recentemente publicado em janeiro de 2013 na revista científicaPsychological Science in the Public Interestavaliou dez técnicas comuns de aprendizagem para classificar quais possuem de fato a melhor utilidade.
O resultado do paper (íntegra aqui) traz algumas surpresas para o estudante.
Técnicas bastante populares no Brasil, como resumir, grifar, utilizar mnemônicos, visualizar imagens para apreensão de textos e reler conteúdos foram classificadas como as de utilidade mais baixa.
Três práticas foram encaradas como de utilidade moderada: interrogação elaborativa, auto-explicação e estudo intercalado.
E as duas que obtiveram o mais alto grau de utilidade na aprendizagem foram as técnicas de teste prático e prática distribuída.
É a ciência desaprovando boa parte do meu método de estudo, muito baseado em resumos, grifos, mnemônicos e mapas mentais. Por outro lado, foi confirmada a impressão que eu tinha de que a realização de exercícios em doses cavalares era extremamente efetiva para o estudo para concursos públicos.
Lembre-se de que o ranking reflete os resultados do estudo, porém cada pessoa tem o seu estilo de estudo e nada está escrito em pedra. Dito isto, falemos agora sobre as dez técnicas, das piores para as melhores.
Grifar (utilidade: baixa)

Tão fácil quanto ineficiente.
Prepara-se para dar um descanso ao seu grifador amarelo. O estudo aponta que a técnica de apenas grifar partes importantes de um texto é pouco efetiva pelos mesmos motivos pelos quais é tão popular: praticamente não requer esforço.
Ao fazer um grifo, seu cérebro não está organizando, criando ou conectando conhecimentos. Então, grifar só pode ter alguma (pouca) utilidade quando combinada com outras técnicas.
Releitura (utilidade: baixa)

Deixa eu ler pela quinta vez…
Reler um conteúdo, em regra, é menos efetivo do que as demais técnicas apresentadas. O estudo, no entanto, mostrou que determinados tipos de leitura (massive rereading) podem ser melhores do que resumos ou grifos, se aplicados no mesmo período de tempo. A dica é reler imediatamente depois de ler, por diversas vezes.
Mnemônicos (utilidade: baixa)

Remember, remember, SoCiDiVaPlu.
Segundo o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relativo à memória; que serve para desenvolver a memória e facilitar a memorização (diz-se de técnica, exercício etc.); fácil de ser lembrado; de fácil memorização.
Em apostilas e sites de concursos públicos, é muito comum ver o uso de mnemônicos com as primeiras letras ou sílabas, como SoCiDiVaPlu para decorar os fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º da Constituição).
O estudo da Psychological Science in the Public Interest mostrou que os mnemônicos só são efetivos quando as palavras-chaves são importantes e quando o material estudado inclui palavras-chaves fáceis de memorizar.
Assuntos que não se adaptam bem a geração de palavras-chaves não conseguiram ser bem aprendidos com o uso de mnemônicos. Então, utilize-os em casos específicos e pouco tempo antes de teste.
Visualização (utilidade: baixa)

Exemplo de mapa mental.
Os pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras enquanto liam textos. O resultado positivo foi apenas em relação a memorização de frases. Em relação a textos mais longos, a técnica mostrou-se pouco efetiva.
Surpreendentemente (ao menos para mim), a transformação das imagens mentais em desenhos também não demonstrou aumentar a aprendizagem e ainda trouxe o inconveniente de limitar os benefícios da imaginação.
Isso não invalida completamente o uso de mapas mentais para estudos, já que esses consistem além de desenho a conexão de ideias e conceitos.
De qualquer maneira, o resultado do estudo é que a visualização não é uma técnica efetiva para provas que exijam conhecimentos inferidos de textos.
Resumos (utilidade: baixa)

Vou resumir para você.
Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem.
O estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas, mas não para provas objetivas.
Embora tenha sido classificado como de utilidade baixa, a técnica de resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos. O paper diz que a técnica pode ser uma estratégia efetiva para estudantes que já são hábeis em produzir resumos.
Interrogação Elaborativa (utilidade: moderada)

Por que é que a vida é assim?
A técnica de interrogação elaborativa consiste em criar explicações que justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto são verdadeiros.
O estudante devem concentrar-se em perguntas do tipo Por quê? em vez de O quê?.
Seguindo o exemplo que demos pouco antes, em vez de decorar um mnemônico como SoCiDiVaPlu, o ideal seria perguntar-se por que o Brasil adota a dignidade da pessoa humana como fundamento da República? E buscar a resposta na origem do estado democrático de Direito e na adoção do princípio da dignidade da pessoa humana pelas principais democracias ocidentais após a Revolução Francesa.
Note que esse tipo de estudo requer um esforço maior do cérebro, pois concentra-se em compreender as causas de determinado fato, investigando suas origens.
Falando especificamente de concursos públicos, a interrogação elaborativa é um grande diferencial na hora de responder redações e questões discursivas.
Auto-Explicação (utilidade: moderada)

Entendeu, Eu Mesma?
A auto-explicação mostrou-se ser uma técnica útil para aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o conteúdo e explicá-lo com suas próprias palavras para você mesmo.
O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.
Estudo Intercalado (Utilidade: moderada)

Vou alternar as matérias, na ordem dessa pequena pilha.
O estudo intercalado é o que chamamos de rotação de matérias em posts anteriores.
A pesquisa procurou saber se era mais efetivo estudar tópicos de uma vez ou intercalando diferentes tipos de conteúdos de uma maneira mais aleatória.
Os cientistas concluíram que a intercalação tem utilidade maior em aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas (como ciências exatas).
O principal benefício da intercalação, como já havíamos observado, é fazer com que a pessoa consiga manter-se mais tempo estudando.
Teste prático (utilidade: alta)

Simular é o melhor caminho.
Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou que realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras técnicas.
No caso específico de concursos públicos, a recomendação é fazer toneladas de exercícios de provas anteriores. Não apenas do cargo para o qual você está estudando, mas qualquer tipo de questão que encontrar pela frente.
Como já recomendamos anteriormente, a maneira mais fácil de realizar testes é utilizando sistemas específicos para isso, como o site Questões de Concursos.
Prática distribuída (utilidade: alta)

Vou rever o conteúdo a cada 15 dias.
A prática distribuída consiste em distribuir o estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem em um bloco só (a.k.a. na véspera da prova).
Pesquisas mostram que o tempo ótimo de distribuição das sessões de estudo é de 10% a 20% do período que o conteúdo precisa ser lembrado. Por essa conta, se você quer lembrar algo por cinco anos, vocÊ deve espaçar seu aprendizado a cada seis meses. Se quer lembrar por uma semana, deve estudar uma vez por dia.
A prática distribuída também pode ser interpretada como a distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo do dia, intervalando com períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã, uma hora à tarde e outra hora à noite.
Essa é exatamente a teoria de Tony Schwartz aplicada em técnicas de timebox como aPomodoro Technique.
Fonte: Mude.Nu
18 de abril de 2013
18 de abril - aniversário de Monteiro Lobato
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14 de abril de 2013
As armadilhas da língua
Você sabe o que é tautologia? É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste na repetição de uma idéia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir:
- elode ligação
- acabamentofinal
- certezaabsoluta
- quantiaexata
- nos dias 8, 9 e 10,inclusive
- juntamentecom
-expressamente proibido
- em duas metadesiguais
- sintomasindicativos
- há anosatrás
- vereadorda cidade
-outra alternativa
- detalhesminuciosos
- a razão éporque
- anexojunto à carta
- de sualivre escolha
- superávitpositivo
-todos foram unânimes
- conviverjunto
- fatoreal
- encararde frente
- multidãode pessoas
- amanhecero dia
- criaçãonova
- retornarde novo
- empréstimotemporário
- surpresainesperada
- escolhaopcional
- planejarantecipadamente
- aberturainaugural
-continua a permanecer
- aúltima versão definitiva
-possivelmente poderá ocorrer
- comparecerem pessoa
- gritarbem alto
- propriedadecaracterística
-demasiadamente excessivo
- a seu critériopessoal
- excederem muito.
Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia.
Verifique se não está caindo nesta armadilha.
Fonte: autor desconhecido
- elo
- acabamento
- certeza
- quantia
- nos dias 8, 9 e 10,
- juntamente
-
- em duas metades
- sintomas
- há anos
- vereador
-
- detalhes
- a razão é
- anexo
- de sua
- superávit
-
- conviver
- fato
- encarar
- multidão
- amanhecer
- criação
- retornar
- empréstimo
- surpresa
- escolha
- planejar
- abertura
-
- a
-
- comparecer
- gritar
- propriedade
-
- a seu critério
- exceder
Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia.
Verifique se não está caindo nesta armadilha.
Fonte: autor desconhecido
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