Labels

8 de abril de 2011

O Auto da Barca do Inferno


- Escrita por Gil Vicente, em Portugal, apresentada pela primeira vez em 1517.

- Gil Vicente foi o pioneiro no teatro em língua portuguesa.
- “Auto da Moralidade” – Classificado por Gil, pois julga os valores de todos os tipos sociais (personagens) antes de ir embarcar rumo ao céu (barca da Glória) ou ao inferno (barca do Diabo)
- Escrita em tom coloquial (próximo à fala da época).
- Tipos: personagens (com exceção do Anjo, o Diabo e seu companheiro) são representações de pessoas típicas da sociedade da época, sem nomes e identidade definidos.


Personagens:


Anjo: figura estática se contrapõe à alegria e ironia do Diabo.
Diabo: Conhece muito bem casa um dos personagens que serão julgados, revelando o que cada um tenta esconder. É o centro das atenções e domina a peça.
Fidalgo: Primeira alma a ir ao julgamento. Vem vestido elegantemente e acompanhado de um pajem – simboliza status. Representante da nobreza é condenado à barca do inferno por ter levado uma vida tirana cheia de luxo e pecados. Arrogante, zomba do Diabo e de seu julgamento.
Onzeneiro (Agiota – quem cobra os impostos). É ambicioso. Condenado pela ganância e avareza.
Parvo (o bobo, mas nem tanto): Pobre, chega desprovido de bens materiais. Ao perceber que o Diabo tenta levá-lo para sua barca, o Parvo xinga o diabo e vai até a barca da glória, lá diz ser ninguém e por causa da sua humildade e modéstia, vai ao céu.
Sapateiro: Leva suas ferramentas. É condenado ao inferno por roubar o povo com seu ofício e por sua falsidade religiosa.
Frade: Chega acompanhado pela amante. Não aceita a sua condenação facilmente, por representar a Igreja. Mas acaba indo ao inferno por seu falso moralismo religioso.
Brísida Vaz: Alcoviteira e feiticeira chega carregada de jóias e outras coisas. Mas é condenada por prática à feitiçaria e prostituição.
Judeu: Acompanhado de seu bode. Tenta subornar o diabo, que não o aceita, então procura a barca do céu, mas o Parvo o impede, alegando que em vida desrespeitou o Cristianismo. Para o Judeu não ficar vagando pelo porto, o Diabo o leva.
Corregedor (Juiz): Leva consigo vários processos. Condenado ao inferno por usar o poder em benefício próprio.
Enforcado: traz a corda usada em seu enforcamento. Acredita que a condenação à morte na forca redime dos seus pecados. É condenado ao inferno por corrupção nos meios burocráticos.
Quatro Cavaleiros: mortos pelas cruzadas em defesa do Cristianismo. O fato de morrer pelo triunfo do Cristianismo garante a esses personagens uma espécie de passaporte para a glorificação.

Obra disponível no site Domínio Público. Para baixar, clique aqui.

Gil Vicente
 
 
Natassia

0 comentários: